Fundação Santa Cabrini emprega 20 novos inspetores de serviços


Os novos agentes de fiscalização são pessoas em cumprimento de pena, contemplados com a medida

Um intensivão de aprendizados de Português, Comunicação e Oratória, noções gerais sobre os processos, pecúlios, procedimentos administrativos e da ouvidoria da instituição fizeram parte do pacote de qualificação implementado pela Fundação Santa Cabrini, na contratação de 20 novos Agentes Fiscalizadores de contrato. Conhecida em todo o Estado do Rio de Janeiro por ser pioneira no trabalho de ressocialização de pessoas em cumprimento de pena, através de cursos de qualificação e empregabilidade, a iniciativa de ter uma nova cota de gerenciados atuando em cargos de confiança de empresas públicas e parceiras da instituição, é mais uma inovação.

A iniciativa é histórica em 45 anos. Os candidatos selecionados, que cumprem pena em regime aberto e semi-aberto passaram por treinamento teórico e prático, totalizando 100 horas de aulas que aconteceram, no Largo do Machado, sede da Fundação e em visitas externas nas instituições parceiras, que serão os novos locais de trabalho de muitos deles .

O agente de fiscalização atua como inspetor de serviço ou fiscal comportamental, sendo responsável por acompanhar o desempenho profissional e evolução pessoal de cada funcionário, que assim como ele está em cumprimento de pena, nos regimes aberto ou semi-aberto, conforme determinado pela Legislação de Execução Penal (Lei 7.210/84).

A Diretora de Produção e Comercialização da Fundação, Claudia Edna, explica que a iniciativa objetiva a valorização do profissional. “Temos a meta de empregar quatro mil apenados no Estado do Rio de Janeiro, e para isso, precisamos de mais agentes de fiscalização, a fim de zelar pelo bom andamento das novas parcerias que serão firmadas.  Estamos felizes em capacitar profissionais em cumprimento de pena para exercer esta função. É a dignidade de cada um deles sendo resgatada, e suas vidas e famílias serão certamente impactadas por essa oportunidade” comentou a diretora.

Seguindo esse viés, o gestor de comercialização da FSC, Valdini Calixto, reforçou a importância dessa medida histórica. “Queremos romper o paradigma de que o trabalhador em cumprimento de pena só pode desempenhar atividades de baixa instrução. A Fundação Santa Cabrini é justamente o espaço de superação do cidadão apenado na sociedade fluminense, e nossos profissionais são capacitados e treinados para desempenhar funções de alta qualificação no mercado de trabalho também”. pontuou.  

Lívia Baptista, 39 anos, residente de Campo Grande, cumpre pena há 11 anos e foi uma das profissionais selecionadas para o cargo. “Eu agradeço a Deus por essa oportunidade de recomeçar e voltar a trabalhar. Faltam pouco mais de um ano para terminar a minha pena, e o que eu mais quero agora é voltar pro mercado de trabalho. Não posso mudar o meu passado, mas posso construir um futuro digno e diferente para mim e minha família” contou