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Experiência internacional confirma: o trabalho prisional reduz a reincidência criminal na sociedade

Postado por admin em 03/jun/2022 - Sem Comentários

“O grau de civilidade de uma sociedade pode ser medido pela maneira como ela trata os seus prisioneiros” diz uma frase popular, frequentemente atribuída ao escritor russo Fiódor Dostoiévski. Embora a origem da frase seja incerta, sua veracidade não: todo sistema prisional reflete de fato a consciência ética e moral da sociedade. Enquanto a Noruega e demais nações  escandinavas, investem paulatinamente na reintegração social do apenado pelo trabalho e educação, e recebem em retorno os menores índices de reincidência criminal do mundo; outros países, como os Estados Unidos, seguem na liderança entre as nações com as maiores taxas de encarceramento, reincidência e superlotação de unidades prisionais. Com isso, as questões que a Fundação Santa Cabrini  convida o leitor a fazer são: Qual exemplo queremos seguir no Brasil? Qual experiência internacional e que grau de civilidade iremos reproduzir em nosso sistema penitenciário? Com a terceira maior população prisional do mundo, e com indicadores alarmantes de reincidência, torna-se urgente que a sociedade brasileira reflita sobre a importância do trabalho e da qualificação na ressocialização. 

Noruega

Arquitetura internacionalmente premiada. Quartos individuais, equipados com televisão, frigobar, escrivaninha e banheiro privativo. Estúdio, biblioteca, centro esportivo e diversas áreas de lazer. Sem grades ou cercas elétricas, com direito a vista privilegiada dos bosques locais. O complexo de Halden, localizado no condado de Østfold, sudoeste da Noruega, é facilmente confundido com um hotel de luxo. Porém, é na verdade a prisão do país de segurança máxima, destinada aos detentos mais perigosos, como assassinos, estupradores e traficantes de drogas. “Se você só está trancado numa cela e sem oportunidades para crescer, é impossível se tornar um bom cidadão” afirma o jovem Jon Fredrik, interno de Halden e sentenciado a cumprir 15 anos de pena por assassinato. “Aqui não encontrei um castigo, mas sim uma chance para equilibrar minha mente, evoluir, aprender e me qualificar” alega Fredrik, que terminou o segundo grau e se formou em Design Gráfico durante sua estadia no presídio Halden, como relata em sua entrevista ao BBC 1

Complexo de Halden, Noruega. Fonte: Europris

No início da década de 90, quando o índice de reincidência criminal da Noruega  era aproximadamente de 70% (como é atualmente no Brasil), o Serviço Penitenciário Norueguês passou por uma série de reformas, que aboliram o viés punitivista das unidades carcerárias, e tornaram o sistema prisional  voltado para reinserção dos detentos através do trabalho e da qualificação profissional 2. Segundo dados do Institute for Criminal Policy Research, as mudanças resultaram em impactos expressivos: hoje, a Noruega ostenta a menor taxa de recidivismo no mundo, a saber, de apenas 20%, bem menor que a própria média europeia de 55% 3.  Além disso, tanto a Noruega quanto seus países circunvizinhos, como Suécia, Holanda e Dinamarca, apresentam as menores taxas de encarceramento no planeta (70, 66 e 72 presos por 100 mil habitantes respectivamente), como indica as informações da World Prison Brief, base de dados da International Centre for Prison Studies. 4

Em três décadas, a Noruega reformulou o seu sistema penitenciário, posicionando como objetivo basilar de sua doutrina penal a reinserção, o resgate do indivíduo encarcerado ao convívio social e ao exercício de cidadania, ao invés do mero isolamento prisional como punição e castigo. Para cumprir a sua pena, o apenado é obrigado a comprovar progressos educacionais, laborais e interpessoais, caso contrário, a pena é prorrogada por mais 5 anos, até que a sua reintegração social seja devidamente testificada 5. Como resultado dessa abordagem humanizada e ressocializadora, o país se tornou referência mundial de inclusão, segurança e políticas penitenciárias. 

Por outro lado, pode-se argumentar que é incoerente comparar o Brasil ao modelo de gestão prisional da Noruega e países escandinavos afins, que ocupam o topo do índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da ONU. Afinal, enquanto que menos de quatro e dez mil pessoas estão em cumprimento de pena na Noruega e Holanda respectivamente, o Brasil apresenta a quarta maior população prisional do mundo, com mais de 800 mil presos, como mostram os dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Dessa forma, em um cenário de quase um milhão de apenados, torna-se inconcebível construir e sustentar uma unidade prisional como o complexo de Halden, designada a atender no máximo 252 pessoas. 

No entanto, embora a estrutura da prisão de Halden esteja distante da nossa realidade penitenciária atual, é possível, sim, espelhar-se nas práticas e ideais que nortearam os três últimos decênios da política penitenciária da Noruega, investindo na ocupação laborativa, acadêmica e qualificativa da população apenada do Brasil, como defende a Fundação Santa Cabrini há quase 45 anos. Além disso, os Estados Unidos, que possuem uma superlotação carcerária e um sistema penitenciário em geral mais similar ao brasileiro, também demonstram vários casos regionais da efetividade do trabalho e da qualificação profissional como instrumentos de ressocialização.  

Estados Unidos

Hoje, uma em cada quatro pessoas sob pena privativa de liberdade no mundo, encontra-se nos Estados Unidos. Com mais de dois milhões de encarcerados, os EUA têm a maior população penitenciária do planeta, além da segunda maior taxa global de aprisionamento (730 por 100 mil habitantes), como indica o último levantamento da World Prison Brief.  Nessa perspectiva, os Estados Unidos também apresentam uma taxa elevada de reincidência criminal, de 60%, ou seja, em cada dez pessoas que deixam os presídios norte-americanos, seis retornam à conduta ilícita 6.  

Diante desse cenário alarmante, vários estados norte-americanos passaram a adotar o trabalho prisional e a profissionalização como meios de reinserção social da população encarcerada, como nas unidades prisionais de Ohio e Minnesota, estados do centro-oeste dos EUA .  Um estudo conduzido por Makarios et al (2010), baseado em dois mil pessoas que cumpriram pena em presídios de Ohio, destacou a eficácia que o desenvolvimento acadêmico, profissional e laborativo desempenha na reintegração social de detentos. De acordo com os dados levantados, os indivíduos encarcerados que participaram de programas de qualificação e trabalho remunerado, tiveram melhores oportunidades de ingresso ao mercado de trabalho após o cumprimento de pena, e índices bem menores de reincidência à ilicitude em comparação aos detentos que não adentraram aos programas de formação profissional e empregabilidade 7

Detentos trabalhando numa plantação de batatas no Instituto Penal in Lancaster, Ohio, Agosto 4 2009. Fonte: Kiichiro Sato / Associated Press
Detentos trabalhando numa plantação de batatas no Instituto Penal in Lancaster, Ohio, Agosto 4 2009. Fonte: Kiichiro Sato / Associated Press

No estado de Minnesota, ações de profissionalização e trabalho com o público apenado ocorrem desde 1967 nos chamados “work release programs”, conduzidos pelo Minnesota Department of Corrections, em que os detentos se qualificam e trabalham ao longo do dia e retornam aos presídios à noite. Estudos recentes, como o dirigido por Duwe e McNeeley (2018),   demonstram que mais de 80% dos participantes terminam a pena devidamente qualificados e com rápida absorção ao mercado de trabalho 8.

Para que serve a pena privativa de liberdade?

Por fim, muitos outros exemplos internacionais poderiam ser citados a fim de confirmar a importância do trabalho e da qualificação no processo de ressocialização da população encarcerada. O estado do Rio de Janeiro apresenta mais de 52 mil pessoas em cumprimento de pena, de acordo com o censo de abril deste ano do Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário do Tribunal de Justiça do RJ. Diante disso, é urgente que a sociedade fluminense reflita sobre a reintegração social da população prisional, a saber, a terceira maior do país. Qual exemplo internacional iremos seguir e reproduzir em nosso sistema prisional? Como iremos reduzir a reincidência criminal? Para que serve a pena privativa de liberdade? Para meramente excluir, isolar e punir, ou resgatar e reintegrar o detento ao seio da sociedade através do trabalho e da qualificação?  Para saber as respostas que a sociedade brasileira dará para esses questionamentos, é preciso voltar à frase de Dostoiévski mencionada no início do texto, e indagar uma outra pergunta ainda mais profunda: “Qual é o grau da nossa civilidade?” A forma como a sociedade trata a sua população prisional, excluindo ou reintegrando, é um reflexo da sua própria consciência ética e moral. 

Papel da FSC

Seguindo a Lei de Execuções Penais (7.210/84), assim como os exemplos da experiência internacional, a Fundação Santa Cabrini oferece acolhimento psicossocial, qualificação e empregabilidade à população em cumprimento de pena no estado do Rio de Janeiro, visando a construção de uma sociedade fluminense mais segura e inclusiva para todos.

1 Fredrik, Jon. How Norway turns criminals into good neighbours. [Entrevista concedida a] Emma Jane Kirby. BBC, London, 7 July 2019 (https://www.bbc.com/news/stories-48885846)

Eikeland, O. J., Manger, T., & Asbjørnsen, A. E. (2016). Norske innsette: Utdanning, arbeid, ønske og planar. [Norwegian prisoners, work, wishes and plans]. Bergen: Fylkesmannen i Hordaland

3 Davis, L. M., Bozick, R., Steele, J. L., Saunders, J., & Miles, J. N. V. (2013). Evaluating the effectiveness of correctional education: a meta-analysis of programs that provide education to incarcerated adults. Santa Monica: RAND Corporation.

4 World Prison Brief, Institute for Crime & Justice Policy Research (https://www.prisonstudies.org/map/europe)

5 Denny, Meagan (2016) “Norway’s Prison System: Investigating Recidivism and Reintegration,” Bridges: A Journal of Student Research: Vol. 10 : Iss. 10 , Article 2.

6 Davis, L. M., Bozick, R., Steele, J. L., Saunders, J., & Miles, J. N. V. (2013). Evaluating the effectiveness of correctional education: a meta-analysis of programs that provide education to incarcerated adults. Santa Monica: RAND Corporation.

7 Makarios, M., Steiner, B., & Travis, L. F. (2010). Examining the predictors of recidivism among men and women released from prison in Ohio. Criminal Justice and Behaviour, 37(12), 1377–1391

8 Duwe, G. & McNeeley, S. (2018). The Effects of Prison Labor on Institutional Misconduct, Post-Prison Employment, and Recidivism. Corrections: Policy, Practice and Research.

Parceria Sebrae e FSC promove empreendedorismo e desenvolvimento interpessoal para público apenado no Rio

Postado por admin em 27/maio/2022 - Sem Comentários

Crédito de imagem: Lua Vieira

Nesta quinta-feira (26), palestras foram realizadas com pessoas em cumprimento de pena, no auditório da Fundação Santa Cabrini, com temas como comunicação não-violenta e empreendedorismo. A iniciativa surgiu da parcera entre a instituição e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). O objetivo foi a promoção do desenvolvimento holístico de cada apenado, estimulando tanto a sua prática empreendedora, quanto as suas habilidades comunicativas e interpessoais.

A princípio, os apenados foram apresentados ao conceito de comunicação não-violenta, estratégia desenvolvida pelo psicólogo norte-americano Marshall Rosenberg para evitar conflitos e fortalecer a empatia nas relações humanas. De acordo com a psicóloga do setor de qualificação da FSC, Glaucia Pereira, o recurso da comunicação não-violenta desempenha um importante papel na ressocialização:

“Hoje, conversamos sobre a importância da comunicação não-violenta no meio profissional. Como podemos usar nossa linguagem, tanto a falada quanto a corporal, para construir e fortalecer nossas relações no meio de trabalho e na vida em geral. No âmbito da reinserção social, o que realizamos aqui é de suma importância, pois promove a ressocialização comportamental de cada participante. O objetivo da Fundação Santa Cabrini é estimular o crescimento não apenas profissional, mas também humano, pessoal e interpessoal de cada pessoa apenada.” explicou.

Crédito de imagem: Lua Vieira

Em seguida, os ressocializandos participaram de uma palestra voltada ao empreendedorismo e a abertura do próprio negócio coordenada pela consultora e instrutora do Sebrae, Cristina Cabral.

Depois do término da pena, grande parte dos egressos enfrentam o preconceito, ainda latente na sociedade, para conseguir aderir ao mercado de trabalho. Pensando nisso, a Fundação acredita que a visão empreendedora pode ser uma forte aliada de cada apenado na conquista da autonomia financeira, após o cumprimento de sua pena.
Segundo a instrutora Cristina Cabral, a atividade realizada hoje pelo Sebrae abriu a mente de cada participante para as possibilidades que o empreendedorismo oferece.

‘’Essa atividade é focada para a área de empreendedorismo, onde você passa a ter noções de quais características são necessárias para se tornar um empreendedor, o que precisa e qual o foco principal para abrir um negócio. Então, nessa palestra, oferecemos todas as direções para o participante abrir a sua própria empresa. É de extrema importância para as pessoas que buscam escrever um novo caminho e participar de atividades como estas. Afinal, além de serem qualificadas, elas obtêm uma esperança sustentável de futuro, saem do ‘achômetro’ e passam a ter um direcionamento mais sólido”, afirmou.

Dia Nacional do Detento, 24 de maio, um convite para refletir sobre a situação da população encarcerada no Brasil, e os desafios e entraves que dificultam a sua reintegração ao convívio social

Postado por admin em 25/maio/2022 - Sem Comentários

Tema muito explorado pela imaginação humana, a vida prisional é frequentemente o plano de fundo para filmes, músicas, livros e séries . Do clássico russo, “Crime e Castigo”, de Fiódor Dostoiévski, que narra o homicídio, prisão e redenção do estudante Raskolnikov, ao hit nacional “Diário de um Detento” do grupo Racionais MC´s, que aborda o massacre de Carandiru, a realidade penitenciária recebe holofotes de artistas de todo o mundo. Mas e a atenção do poder público? Com uma das maiores taxas de aprisionamento do mundo, a ressocialização da população prisional se torna cada vez mais uma emergência pública no Brasil.

Segundo dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o Brasil possui mais de 800 mil pessoas em cumprimento de pena, o que leva o país a ocupar a terceira posição no ranking mundial de países com maior contingente de encarcerados. No cenário regional, o estado do Rio de Janeiro se destaca com mais de 52 mil presos, estando a maioria cumprindo pena em reclusão da sociedade, como mostra o último levantamento do Tribunal de Justiça do RJ.

Além disso, se o contingente penitenciário do Brasil permanecer com o crescimento de 8,3% ao ano, como indica o último estudo do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), o número de detentos no país pode beirar a 1,5 milhão até 2025. Diante disso, a pergunta que a Fundação Santa Cabrini convida o leitor a fazer é: “Como essa população prisional irá se ressocializar?” A reincidência criminal é um dilema que coloca em risco a nossa segurança, gera um ciclo de marginalização e eleva os gastos públicos com as unidades penitenciárias, e por isso, é um problema que precisa ser encarado e enfrentado pela sociedade o quanto antes.

Para isso, segundo a coordenadora do setor de empregabilidade da Fundação, Cláudia Edna, romper com o preconceito e a discriminação é o primeiro passo em direção a uma sociedade mais inclusiva: “Recebemos diariamente aqui na Fundação, no Largo do Machado, pessoas em cumprimento de pena que só querem uma chance para recomeçar suas vidas com dignidade. Embora tenham errado no passado, são pessoas que podem, sim, acertar hoje, com qualificação, trabalho e oportunidade. O preconceito exclui, tranca as portas e aprisiona ainda mais o indivíduo no ciclo de marginalidade e violência.” explica.

Nesse cenário, falar do Dia Nacional do Detento não é promover a cultura do crime, nem projetar a figura do infrator como “heroi”. Falar do Dia Nacional do Detento serve justamente para lembrar que por detrás de todo “detento”, há um ser humano que pode se reinventar, mudar e reconstruir sua vida para além do delito cometido. Há vida após o cumprimento de pena e as vivências ilícitas do passado podem ser deixadas para trás. Desde 1977, a Fundação Santa Cabrini testemunha milhares de casos de transformação no estado do Rio de Janeiro, por meio do trabalho e da qualificação profissional.

Deixando para trás

Victor Tavares de Andrade, 23 anos, morador de Padre Miguel, em Bangu, cumpre pena desde 2017 e confirma que é possível, sim, deixar a vida ilícita para trás e viver uma nova realidade: “Não tem como apagar as consequências das nossas decisões e nem simplesmente esquecer o que aconteceu. Nunca vou esquecer do dia que fui preso, em 2017, duas semanas depois que completei 18 anos. Eu havia trocado tiro com a polícia no dia anterior, e aí, veio o mandado de prisão e fui preso dentro de casa. Eu, algemado no banco de trás da viatura. Minha mãe e minha vó chorando na calçada. Nunca vou esquecer aquela fase da minha vida. Mas não preciso revivê-la. Decidi mudar o rumo da minha história.” relata Victor, que na última quinta-feira (19), participou de uma oficina de qualificação profissional na sede da Fundação, no Largo do Machado.

Após uma infância traumatizada por problemas familiares, Victor conta que foi na pré-adolescência que ele foi seduzido pelo crime: “Desde pequeno, eu era o único homem do lar, com cinco irmãs dentro de casa. Ao invés de estudar, procurava trabalhar em bicos por aí para ajudar a minha mãe. O tempo foi passando e me tornei revoltado com tudo. Escolhi o caminho errado e que parecia mais fácil. Comecei a guardar um negócio aqui, fazer uma missão ali, e quando eu fui ver, eu já estava dentro do tráfico de drogas aos 14 anos, lá em Petrópolis. Eles viram que eu era um jovem revoltado, sem nada a perder, disposto a fazer qualquer loucura. Então fui ganhando confiança e responsabilidade lá dentro. Até que fui preso em 2017 com 18 anos”

Pai do Enzo, 5 anos, Victor passou a cumprir sua pena em regime semiaberto em agosto de 2020, e após várias tentativas frustradas atrás de uma oportunidade de emprego, buscou ajuda recentemente na Fundação Santa Cabrini: “Chegando aqui, fui muito bem tratado e acolhido. Participei das palestras de qualificação. O meu sonho é conquistar o meu espaço no mundo, ser o orgulho da minha mãe e das irmãs e dar o melhor para o meu filho. Já voltei a estudar, e agora, com essa chance de trabalhar que a Fundação está me dando, minha meta é reconstruir de vez a minha vida. Deixar o passado para trás e recomeçar.” concluiu.

….

Em celebração ao Dia Nacional do Detento, a Fundação Santa Cabrini parabeniza a todas as pessoas em cumprimento de pena no estado do Rio de Janeiro, que assim como o Victor de Andrade, estão decididas a deixar para trás o que passou e a recomeçar com trabalho, excelência e dignidade.

Fundação Santa Cabrini realiza Roda de Conversa com funcionários sobre a maternidade 

Postado por admin em 20/maio/2022 - Sem Comentários

Crédito da imagem: Lua Vieira

Na tarde dessa sexta-feira (20), a Fundação Santa Cabrini realizou uma Roda de Conversa sobre a maternidade com servidores e colaboradores no auditório da instituição, no Largo do Machado. O objetivo foi promover uma discussão aberta e construtiva sobre a maternidade, ressaltando todas as suas variedades: cuidar, ser cuidado, a criação; os prazeres e dificuldades, o apoio ou a ausência dele. 

O evento, que foi uma das ações planejadas pela Fundação em celebração ao mês das mães, reuniu mães biológicas, mães de criação, avós, filhos, filhas, pais e parentes que exercem a maternidade em geral. De acordo com a psicóloga da Fundação, Nathalia Oliveira, que coordenou a dinâmica, desmistificar o conceito de maternidade, mostrando o quão complexo ele na verdade pode ser, foi uma das principais intenções da atividade:

“Hoje, tivemos a roda de conversa Maternar na FSC, onde abordamos e celebramos a maternidade em todas as suas configurações e expressões, pensando não apenas na mãe biológica, mas também na mãe de criação, na avó, na irmã mais velha ou no pai ou no irmão que também teve que ser mãe. Foi uma troca muito saudável de experiências e aprendizados entre pessoas que exercem ou são impactadas pela maternidade de formas diferentes.” explicou.  

Entre as discussões e depoimentos levantados ao longo do encontro,“o que é maternar?” foi um dos questionamentos de maior destaque. Na visão da servidora Camila Gomes, a maternidade vai muito além de idealizações filosóficas ou poéticas. É algo palpável e tangível na prática: 

“Maternar é cuidar e zelar pelo próximo, seja um filho, afilhado ou parente, enfim. É um exercício de profundo amor, cuidado e empatia, que leva a gente a se colocar no lugar do outro. A maternidade não é só um sentimento, uma emoção particular. É impossível maternar e não demonstrar isso em gestos e atitudes. Por isso, é algo que vai muito além da questão biológica.” comentou. 

Maternar é o verbo que dá origem a todos os outros. A Fundação Santa Cabrini parabeniza a todas as mães e pessoas que exercem de alguma forma a maternidade com muito amor, carinho e dedicação. 

Mais de 1.500 pessoas em cumprimento de pena são atendidas pela Fundação Santa Cabrini

Postado por admin em 19/maio/2022 - Sem Comentários

Crédito da imagem: Lua Vieira

Desde o início de 2022, mais de 1.500 pessoas em cumprimento de pena foram atendidas pelo setor social da Fundação Santa Cabrini, que oferece atendimentos ao público de segunda a sexta-feira, das 9h às 16h, no polo central da instituição no Largo do Machado, na Zona Sul do Rio.

Em parceria com outros órgãos competentes, a rede de assistência social da FSC oferece amparo aos apenados que se encontram em situação de vulnerabilidade socioeconômica, além de promover a saúde mental através do acompanhamento psicossocial. O departamento é composto por uma equipe multidisciplinar que auxilia a população prisional na regularização de documentação civil e também fomenta campanhas de conscientização com o público.

A Fundação Santa Cabrini acredita que o bem-estar intrapessoal do indivíduo é essencial no processo de ressocialização, e por isso conta com duas profissionais da psicologia, Nathalia Oliveira e Glaucia Helena da Silva, que realizam atendimento tanto ao público apenado quanto aos funcionários da instituição.
De acordo com Glaucia Helena, o acompanhamento psicossocial desempenha um papel fundamental na reinserção social do indivíduo em conflito com a Lei:

“O trabalho da psicologia tem como finalidade promover a autonomia do indivíduo, garantindo os direitos humanos e estimulando a sua inserção através de acesso a projetos educacionais e de desenvolvimento profissional, proporcionando assim, em conjunto ao serviço social, novas possibilidades de reintegração”, explicou.

Por meio da rede de assistência social, a Fundação Santa Cabrini acolhe diariamente pessoas em cumprimento de pena no estado do Rio de Janeiro, como o jovem Maxwell Passos Napoleão, 23 anos, morador de São João de Meriti, na Baixada Fluminense:

“Ouvi pela primeira vez sobre a Fundação, ainda no sistema prisional, logo quando fui preso em 2017. Hoje foi a primeira vez que vim na Santa Cabrini, fui muito bem acolhido e atendido”, relatou Maxwell, que após ser atendido pelo setor social da FSC, participou nesta quinta-feira (19) de uma oficina de qualificação e logo em seguida recebeu sua carta de emprego. “Estou recebendo, hoje, a oportunidade de mudar de vida. Não irei desperdiçar essa chance que a Fundação Santa Cabrini está me proporcionando. Saio daqui com a decisão de mudar o rumo da minha história”, completou.

Fundação Santa Cabrini: desde 1977, transformando vidas no estado do Rio de Janeiro.

FSC capacita mais de 300 pessoas em cumprimento de pena desde o início do ano

Postado por admin em 19/maio/2022 - Sem Comentários

Crédito da imagem: Lua Vieira

Desde o início de 2022, Fundação Santa Cabrini já capacitou mais de 300 pessoas em cumprimento de pena ao mercado de trabalho. O treinamento profissional ao público apenado ocorre diariamente na sede da instituição, no Largo do Machado, zona Sul do Rio.

A Lei de Execução Penal n° 7.210/84 determina, em seu Art. 10, que “…a assistência ao preso e ao internado é dever do Estado, objetivando prevenir o crime e orientar o retorno à convivência em sociedade.” Seguindo essa direção, a Fundação Santa Cabrini oferece oficinas de qualificação profissional à população apenada do estado do Rio de Janeiro, visando contribuir com o seu retorno ao mercado de trabalho.

Para o instrutor do setor de qualificação da FSC, Bruno Santos, a preparação profissional de cada preso é uma das principais preocupações da instituição:

“Sair do sistema prisional para o convívio em sociedade é uma longa travessia. Somos a ponte do estado responsável por ajudar o apenado a realizar essa passagem e, por isso, tornar cada gerenciado um profissional competente e qualificado, essa é a nossa prioridade.” afirmou Bruno Santos, orientador profissional da FSC.

“O crime roubou a minha história, mas, hoje, através da Fundação Santa Cabrini, eu estou reescrevendo ela” Solimar Santos

Postado por admin em 16/maio/2022 - Sem Comentários

É quinta-feira, 12 de maio. São 8:40 de uma manhã ensolarada na zona sul do Rio. Solimar dos Santos, 46 anos, mais conhecida como “Tia Sol”, desce na estação de metrô na Praça do Largo do Machado e caminha entre os comerciantes em direção à Igreja Matriz da Glória, o ponto de referência para o seu lugar de destino. Ao chegar na escadaria da Igreja neoclássica, olha para o seu lado direito e logo reconhece, com base nas fotos que havia visto nas redes sociais, o local que procurava: a Fundação Santa Cabrini.

Um filme passa em sua cabeça. Enquanto desce as escadas da Igreja e caminha em direção ao edifício branco localizado no Largo do Machado 48, Solimar recorda da primeira vez que ouviu falar da FSC: “Eu ainda estava lá dentro no sistema prisional. E me perguntava direto: quando eu sair daqui, pra onde vou? Como vou recomeçar? O que vai ser da minha vida? Estava totalmente perdida. Até que uma amiga me explicou que eu deveria procurar a Fundação assim que começasse a responder em semiaberto, pois lá encontraria acolhimento e trabalho, só que achei muito mais que isso, encontrei o recomeço da minha vida”, relatou a Tia Sol.

Assim que chegou na Fundação, Solimar foi recepcionada pelo serviço social e, depois, encaminhada ao auditório no terceiro andar da instituição, para participar de uma oficina de qualificação profissional:
“Eu vim na FSC pela primeira vez semana passada, quando fui cadastrada e atendida pelas assistentes sociais. Aí ontem, recebi uma ligação e me chamaram para assistir a essa ambientação profissional para assim receber uma oportunidade de emprego. Em todo o processo, fiquei encantada com a atenção que me deram. Somos tratados como gente de verdade. Só quem passou pelo sistema prisional sabe o quanto é difícil encontrar algum lugar que nos acolhe, como a Fundação”, relembrou.

Solimar dos Santos tem duas filhas e cumpre pena desde 2019. Atualmente está em regime de Prisão Albergue Domiciliar (PAD). Segundo ela, foi a perda do filho, Ivan, em 2010, o gatilho para a sua mudança drástica de vida: “Perder meu filho me abalou muito emocionalmente. Para tentar escapar da dor, passei a beber, e pouco tempo depois já estava mergulhada no alcoolismo. Dois anos depois, já estava nas ruas usando drogas”, contou.


Família, emprego, reputação, aos poucos, Solimar relatou que foi perdendo tudo por causa da dependência química. Sem recursos para manter o seu vício, Sol disse que enxergou no crime sua única saída.
“Passei a ficar mais nas ruas, sem dinheiro e disposição para trabalhar, e vi no furto o meio mais rápido para sustentar os meus vícios. Comecei com um produto e outro num mercadinho. Eu furtava para vender e depois comprar drogas.”

Solimar viveu nessa vida por seis anos, até que foi presa: “Na minha prisão, em 2019, eu tinha certeza de que a minha vida tinha acabado ali. Como eu iria olhar nos olhos das minhas filhas de novo? Como eu seria um exemplo para elas e para as minhas netas? Por isso, costumo dizer que o crime roubou a minha história, mas, hoje, através da Fundação Santa Cabrini, estou reescrevendo ela”, relatou. Assim que começou a responder em semiaberto, Tia Sol seguiu o conselho que ouviu lá dentro do sistema e procurou a Fundação em busca de uma chance de recomeço.

Juntamente com ela, mais de dez pessoas em cumprimento de pena participaram do treinamento de qualificação profissional. Após a oficina, Solimar aguardou na recepção por sua carta de emprego, que a levaria, no dia seguinte, de manhã, até o seu novo local de trabalho. Ao receber o ofício em suas mãos do setor de empregos, Sol não conteve as lágrimas e desabafou: “É a primeira que consigo um trabalho digno depois de muito tempo. Cheguei a pensar que nunca teria essa chance de recomeçar e viver algo diferente. Hoje, eu abraço essa oportunidade que a Fundação Santa Cabrini me deu com unhas e dentes. Irei reescrever a minha história e ser um exemplo melhor para minhas filhas e netas”, concluiu.

Assim como a Solimar dos Santos, a FSC atende diariamente pessoas apenadas que também chegaram a pensar que não haveria possibilidade para o recomeço. Desde 1977, a instituição acredita que, por meio da qualificação e do trabalho, é possível reintegrar o indivíduo ao convívio social com dignidade e excelência. Nesse sentido, de segunda a sexta-feira, das 9h às 13h, a Fundação Santa Cabrini proporciona atendimento psicossocial, treinamento profissional e oportunidades de trabalho a todos que buscam o recomeço no estado do Rio de Janeiro.

Esperança entre as grades: Detentos do Presídio Evaristo de Moraes são apresentados à Fundação Santa Cabrini e recebem assistência social e acesso à cidadania

Postado por admin em 13/maio/2022 - Sem Comentários

Nesta última semana, entre os dias 10 e 13 de maio, a Fundação Santa Cabrini participou do evento  “Promoção da Cidadania” no Presídio Evaristo de Moraes, São Cristóvão, Zona Norte do Rio. O objetivo foi levar atendimento psicossocial aos internos, assim como informações sobre qualificação e acesso ao mercado de trabalho. O evento, que ofereceu serviços de cidadania aos 2.800 detentos da unidade, foi organizado pela Secretaria de Administração Penitenciária (SEAP) em parceria com o Departamento Penitenciário Nacional (Depen).

Durante os três dias, os internos participaram de uma série de atividades voltadas para sua reintegração social e ao resgate de cidadania, como atendimentos médicos, capacitação profissional; assistência jurídica e emissão de 1ª ou 2ª via de identidade e certidão de nascimento. Além disso, os detentos também foram contemplados com palestras e eventos temáticos, como a roda de conversa sobre empreendedorismo, realizada pela Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec).

No âmbito da Fundação Santa Cabrini, além do atendimento psicossocial, os internos foram apresentados e familiarizados com as oportunidades de qualificação e empregabilidade oferecidas pelo Estado através da instituição. Segundo a assistente social da FSC, Aline Baptista, o evento possibilitou que milhares de pessoas em cumprimento de pena pudessem voltar a sonhar com o retorno ao convívio social e ao mercado de trabalho:

“No estado do Rio de Janeiro, temos quase 16 mil pessoas cumprindo pena em regime fechado, como os detentos de Evaristo de Moraes. Grande parte dessa população ainda não conhece os serviços de ressocialização disponibilizados pela FSC, que oferece assistência social, capacitação e trabalho à população prisional. Assim, participamos desse evento com o intuito de romper as barreiras da informação e trazer de volta a esperança de cada detento na ressocialização.” relatou Aline Baptista.

Além de resgatar a esperança em meio as grades, eventos como a “Promoção da Cidadania” também salvam vidas. Assim ocorreu com Cristiano da Silva, 35 anos, que cumpriu pena no Presídio Evaristo de Moraes e, recentemente, foi empregado pela FSC na Faperj: “Cheguei a pensar lá dentro que a minha vida tinha acabado com o crime que eu cometi. Pensava direto em desistir de tudo.  Achei que nunca mais teria uma chance de voltar a trabalhar e sustentar a minha família de forma digna. Até que ouvi lá dentro que a Fundação era um lugar que me acolheria. Assim que comecei a responder em semiaberto, busquei vir aqui na Fundação e consegui a chance de recomeçar a minha vida.”

Fundação Santa Cabrini: desde 1977, resgatando a esperança de pessoas em cumprimento de pena no estado do Rio de Janeiro.

Maio: Mês do Trabalhador – uma oportunidade para refletir sobre a importância do trabalho na vida de quem busca uma chance de recomeço

Postado por Lu Vieira em 02/maio/2022 - Sem Comentários

Na tarde de sábado,  1° de maio de 1886, trabalhadores das principais cidades norte-americanas, como Chicago, Nova York e Detroit,  foram às ruas para exigir uma redução da carga horária máxima de trabalho diário: até então, não era raro encontrar um operário que trabalhasse por 16 horas numa fábrica por dia, sob condições subhumanas e desprovido de qualquer legislação que defendesse os seus direitos. Mais de um século depois, a data se difundiu por todo o mundo, e hoje é celebrada em mais de 80 países como um símbolo das conquistas históricas da população trabalhadora.

Do protesto norte-americano de 1886 às manifestações atuais de 1° de maio, existe um claro paralelo: a reivindicação pelo trabalho com dignidade. Trabalho aqui, não mais no modelo escravocrata, mas sim como um exercício de cidadania, satisfação das necessidades básicas e realização pessoal. “O trabalho dignifica o homem” todos já ouviram essa famosa frase popular. Mas para de fato dignificar, é preciso que o trabalho seja um direito de fato acessível, presente e enriquecedor da experiência humana em sociedade.

Diante disso, surge a questão: “O indivíduo que cumpre pena tem direito ao trabalho também?” Segundo o Artigo XXIII da Declaração dos Direitos Humanos de 1948, a resposta é sim: “Toda pessoa tem direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, a condições justas e favoráveis de trabalho e à proteção contra o desemprego.” Seguindo esse mesmo viés, a Lei de Execuções Penais (n° 7.210/84) também legitima o trabalho e a qualificação profissional como direitos de toda pessoa em cumprimento de pena.

Se o trabalho dignifica, honra e enobrece o homem, por que não ser tratado então como um instrumento da sociedade para ressocializar homens e mulheres em conflito com a lei? Por meio da experiência laborativa durante o cumprimento de sua pena, o detento(a) volta a produzir sua vida material e a conquistar o seu sustento de forma digna, além de ter um estímulo a mais para abandonar a ilicitude e a vida errada. Ademais, convém ressaltar que o trabalho prisional diminui a violência nas unidades penitenciárias e reduz a reincidência criminal, proporcionando assim uma sociedade mais segura e inclusiva para todos.

Celebrar o 1° de maio, dia mundial do trabalho, é também celebrar as transformações e mudanças que o trabalho oferece à reinserção social da população apenada. Sobre isso, José Baptista Filho, 57 anos, morador de Nova Iguaçu e ressocializando do programa Replantando Vida, pode falar com propriedade:

“Comecei a cumprir pena em 1998, e em 2009, entrei no Replantando Vida, e aqui, encontrei a minha motivação para recomeçar a minha história. O projeto me deu a chance de trazer o sustento para casa, de me qualificar e a voltar a sonhar com um futuro melhor para mim e minha família. Sou a prova de que o trabalho transforma vidas.”

Assim como o José Filho, a Fundação Santa Cabrini acumula ao longo de seus 44 anos milhares de casos de sucesso, transformação e ressocialização, como também exemplifica Elizabeth Martins da Silva, 53 anos: “Conheci a Fundação Santa Cabrini dentro do sistema prisional e comecei a trabalhar na prisão. Logo depois, recebi a oportunidade de trabalhar pela FSC na FAPERJ. Tudo mudou. Minha perspectiva de vida e meus planos, hoje, são outros. Eu posso dizer, com toda certeza, que a oportunidade de trabalho que a Fundação me deu salvou a minha vida” relata Elizabeth, que se encontra prestes a concluir a sua pena. 

Desde 1977, a Fundação Santa Cabrini defende o trabalho como um recurso imprescindível na reintegração social da pessoa em cumprimento de pena, e para isso, a instituição segue formando parceria com entes públicos e privados, a fim de democratizar ainda mais o acesso a este direito por parte da população apenada no estado do Rio de Janeiro.

Dos protestos dos operários norte-americanos de 1886 às manifestações atuais que ocorrem em todo o mundo, o mês de Maio resgata a reflexão da população acerca do trabalho, de suas mudanças e adaptações ao longo da história. Diante disso, a Fundação Santa Cabrini, gestora do trabalho prisional na sociedade fluminense, convida a todos para refletir também sobre a importância que uma oportunidade de emprego exerce na vida de quem almeja por uma chance de recomeçar. Viva o Trabalho. Viva o recomeço na vida de todos os ressocializandos no estado do Rio de Janeiro.